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Sanepar busca apoio para uso sustentável da água

O uso das águas subterrâneas no Estado do Paraná para abastecimento público foi um dos temas de encontro promovido pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), na sexta-feira (14), com vários agentes públicos, ocorrido no Parque da Ciência Newton Freire Maia, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.

A visita técnica ao parque estadual visou o compartilhamento de informações sobre Proteção e Conservação Sustentável dos Recursos Hídricos do Paraná. “O objetivo é que essas informações sejam utilizadas para a formulação de políticas públicas, contando, também, com outras entidades publicas e a sociedade civil organizada na busca conjunta de soluções para conflitos quanto ao uso da água”, disse o diretor de Investimentos da Sanepar, Joel de Jesus Macedo.

Participaram da visita diretores, gerentes e técnicos da Sanepar, representantes da Agência Reguladora do Paraná (Agepar), do Tribunal de Contas do Estado, da Advocacia Geral da União (AGU), da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa do Paraná, da Justiça Federal e da Prefeitura de Quatro Barras.

No espaço chamado Palco Paraná – uma maquete com cerca de 5 mil m² que representa o relevo do Estado –, técnicos da área de hidrogeologia da Sanepar explicaram detalhes da exploração de águas subterrâneas em todas as regiões do Estado e das dificuldades encontradas para garantir água em quantidade para o abastecimento público.

A Sanepar atua em 345 municípios no Paraná, onde atende 100% da população urbana com água tratada. Do total da água distribuída, 25% vêm dos mananciais subterrâneos. São mais de 1.100 poços em todo o Paraná, que acessam os aquíferos Serra Geral, Karst, Guarani, Caiuá, Peleozoico e Cristalino.

Os geólogos apresentaram um histórico do uso das águas subterrâneas no Estado, que sofreram alterações com o passar do tempo e, atualmente, vive-se um momento delicado, nas palavras do gerente de Hidrogeologia da Sanepar, João Horácio Pereira. Segundo ele, em meados da década de 1990, com a modernização das empresas privadas de perfuração, começou a haver um crescimento descontrolado no uso desses mananciais.

“Hoje temos uma exploração gigantesca da água subterrânea, sem o devido controle quanto à quantidade e à qualidade da água”, disse. A exploração de poços, perfurados por empresas privadas, acaba interferindo na vazão das unidades utilizadas pela Sanepar para abastecimento público.

Além disso, o uso indevido dos poços pode causar contaminação no lençol freático, tornando a água imprópria para consumo humano e poluindo o meio ambiente. “É um risco ambiental e à saúde da população”, destaca João Horácio.

O diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile, ressaltou que para superar essas dificuldades é necessária uma atuação conjunta da Sanepar com os órgãos públicos de controle e fiscalização, além da participação da população. “A Sanepar tem a missão de promover saúde pública de forma preventiva. Somos referência no país e na América Latina, mas podemos avançar ainda mais.”

O presidente da Agepar, Omar Akel, disse que os Planos Municipais de Saneamento Básico não têm sido suficientes para que os municípios façam a devida gestão da ocupação territorial, com um controle efetivo das atividades econômicas, dos loteamentos e dos resíduos, que interferem na produção da água. “A Agepar está fazendo um Manual de Controle para que os municípios não se esqueçam de sua responsabilidade. É preciso o engajamento dos prefeitos, e a Agepar é parceira nesse sentido.”

O prefeito de Quatro Barras, Angelo Andreatta, elogiou a iniciativa da Sanepar de promover o encontro técnico. “Estou aqui para aprender. Os técnicos da Companhia e os diretores mostraram que a Sanepar sozinha não vai conseguir resultados sem o envolvimento dos outros agentes públicos. A água é um bem limitado, essencial e temos que saber como cuidar e agir com responsabilidade para garantir o futuro”, disse.

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