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Ponta Grossa vive maior seca dos últimos 23 anos

Observando os gráficos do Simepar, a meteorologista Ana Beatriz Porto não esconde a preocupação em relação ao período de seca que atinge o Paraná e, em especial, Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais. “O mês de março tem como média o registro de 120 milímetros de chuva. Neste ano, março teve 24 milímetros de chuva. Agora entramos no outono, que normalmente já tem menos chuva que o verão. Mas a gente vem com volume abaixo da média há vários meses”, destaca.

Não há previsão de chuva para a próxima semana na região, mas existe uma expectativa, entre os especialistas do Simepar, de que ocorram chuvas perto do dia 27 de abril. É a chance de que o índice pluviométrico chegue perto dos 90 milímetros da média para esse mês; até agora foram 51 milímetros.

A estiagem que já reduziu significativamente o nível de água em rios como Pitangui e Tibagi, que cortam o município de Ponta Grossa, começa a preocupar o setor da agricultura. O Sistema Faep Senar (Federação da Agricultura do Estado do Paraná / Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) informou que a falta de chuvas que assola praticamente todas as regiões do Paraná chegou a níveis preocupantes. Entre os maiores municípios, Ponta Grossa está entre os mais afetados pela seca, com uma redução de 40% nas chuvas. Fica atrás apenas de Guarapuava (47%) e Curitiba (43,1%).

 

Dez meses

Também em contato com o Simepar, a instituição já verificou que os índices pluviométricos abaixo das médias históricas já se arrasta por dez meses – de junho de 2019 a março de 2020 –, na região das nove maiores cidades do Estado. Uma redução média de precipitação de 33%.

Significa que essa é a pior estiagem já registrada desde 1997, quando o instituto começou a fazer este tipo de monitoramento. A seca prolongada já teria provocado impactos na lavoura de milho safrinha em algumas regiões.

 

Soja e feijão

O agricultor Edilson Gorte, que também é presidente da Sociedade Rural dos Campos Gerais, já percebeu que a estiagem tem reflexos na produtividade. Na tarde dessa sexta-feira (17), ele estava em sua colheitadeira retirando do campo a soja que, segundo ele, sentiu a falta de água. “E olhe que estamos em uma região mais úmida que, ainda assim, sentiu os efeitos. Dentro de 10 a 15 dias teremos uma estimativa de qual foi a redução da produtividade da soja em relação ao ano passado”. Segundo Gorte, a perda deve ser maior para o feijão, cujos números devem ser conhecidos por volta do dia 10 de maio.

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