em

Segundo especialista, parte da população não tem acesso a tecnologias contra o câncer

O Dia Internacional Contra o Câncer na Infância é celebrado todos os anos no dia 15 de fevereiro. Segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2018 um total de 12,5 mil crianças serão diagnosticadas com câncer, e outras 12,5 mil em 2019. Diferente do que pode acontecer com adultos, o estilo de vida geralmente não tem influência no desenvolvimento de tumores em crianças. Ou seja, as neoplasias são originadas de alterações no DNA que podem acontecer antes mesmo do nascimento.

O Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) aponta também que entre as crianças e adolescentes (1 a 19 anos), o câncer é a principal causa de mortes por doenças, ficando atrás apenas de causas externas, como acidentes e violência. As leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas são os tipos de cânceres mais comuns entre as crianças, segundo a instituição.

O diagnóstico tardio e a falta de acesso ao tratamento adequado em alguns casos são fatores que aumentam o número de fatalidades. O Dr. Gustavo Gomes, médico nuclear e diretor clínico do Grupo Núcleos, pioneiro em Medicina Nuclear no Centro-Oeste, explica que a tecnologia capaz de salvar muitas dessas vidas já existe, mas que ela ainda não está ao alcance de grande parte da população. "Um equipamento como PET/CT, considerado um dos principais avanços da Medicina Nuclear, é capaz de identificar com precisão tumores em fases primárias. Entretanto, ele ainda é considerado caro e poucos são os hospitais públicos que têm a ferramenta que também funciona em alguns tratamentos", explica.

O equipamento ao qual Gomes se refere é uma junção dos aparelhos de Tomografia por Emissão de Pósitrons (PET) com o de Tomografia Computadorizada (CT). Essa ferramenta, aliada às substâncias radioativas não danosas para o organismo infantil, chamados de radiofármacos, identifica o câncer precocemente por imagem, tumores que seriam imperceptíveis por outros métodos de imagem.

Sem diferenciar a faixa etária, os dados do DataSUS (base de estatísticas do Sistema Único de Saúde) apontam que durante 2017, menos de 19 mil procedimentos de tomografia em PET/CT foram aprovados para serem conveniados pelo SUS em todo o Brasil, com exceção da região Norte por falta de números.

No Centro-Oeste, onde está o Grupo Núcleos, foram apenas 706 pelo sistema público, um número abaixo da demanda para o diretor clínico: "mesmo com tantos benefícios para médicos e pacientes, o acesso à Medicina Nuclear ainda é difícil no Brasil, tanto no SUS quanto na saúde suplementar. Ampliar o acesso é garantir mais chances a esses pacientes", finaliza o médico nuclear.

 

Participe do grupo e receba as principais notícias da sua região na palma da sua mão.

Entre no grupo Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.