Economista e natural de Curitiba, o presidente do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB) no Paraná, Geonisio Cesar Marinho disputa a eleição para governador ao lado de Eliceu Palmonari, candidato a vice, também pelo PRTB, na coligação Unidos pelo Paraná, que conta com o apoio do PRP.
Geonisio iniciou a carreira política em 1992 disputando o cargo de vereador de Curitiba, vaga que disputou também em 1996 e 2008; em 2000 concorreu para vereador em Pontal do Paraná e em 2014 tentou o governo do Paraná. Apesar de sua longa trajetória política, nunca foi eleito. Em entrevista ao Diário dos Campos, na série com os postulantes ao Palácio Iguaçu, Geonisio destaca que decidiu "participar do pleito para ser uma alternativa contra os candidatos de sempre". "Somos a direita de verdade, sem mentiras", completa o candidato, que apoia Jair Bolsonaro (PSL) para a presidência. Confira trechos da entrevista.
Disposição
"Pela própria estrutura política dos partidos não tenho chance de participar de uma campanha na majoritária senão em partido menor, porque os grandes partidos são compostos por famílias que dominam o cenário e formados por pessoas que estão no poder há muito tempo e não dão chance para outros nomes. Então, quando você vê as opções que se apresentam não há outros nomes que não sejam eles. Esta é minha grande inconformidade com o sistema todo e por isso resolvi participar, para não chegar ao fim da vida sem ter colocado meu nome à disposição".
Candidato a vice
"De Siqueira Campos, [Eliceu] Palmonari é um empresário bem sucedido. Nós estamos nessa porque além de amigos somos pessoas que têm a mesma forma de pensar e queremos ser alternativa para o eleitor que não aguenta mais ter que escolher sempre as mesmas pessoas".
Principais propostas
"As propostas não fogem muito do tripé saúde, educação e segurança pública, pois boa parte do orçamento do Paraná será destinado nestes três pilares e não há muito dinheiro para investimento. Para a saúde, planejo o aumento para especialistas, porque hoje estes profissionais não vão para as cidades do interior porque se ganha pouco, preferindo ficar nos grandes centros, onde as filas a espera de uma consulta são enormes. Assim, quero pagar mais para os médicos especialistas e levá-los para o interior para que o paciente não tenha que enfrentar estrada.
No que diz respeito à segurança, reafirmo minha posição de 2014, em que já falava da privatização dos presídios. Quero que os estado largue este barril de pólvora para a iniciativa privada. Vou contratar mais policiais, sempre pensando que estamos no limite prudencial de gastos com pessoal, então, para isso, teremos de enxugar a estrutura do governo.
Na educação, precisamos construir mais escolas para levar o ensino técnico a mais estudantes, desenvolvendo mão de obra qualificada já no ensino médio. Quero premiar os professores que aumentarem a média de suas classes. Junto com a APP Sindicato vamos elaborar um projeto de lei para que, havendo melhora da qualidade de ensino, o professor tenha premiação.
O orçamento é bastante limitado, então, só fazendo cortes na máquina e diminuindo a estrutura é que vamos conseguir trabalhar. Estamos com apenas dois partidos – PRP e PRTB – para não ficar preso a acordos que garantam cargos e, vencendo as eleições, poderemos fazer um corte de cargos comissionados entre 30 a 50%. Serei governador para fazer corte de despesa, não quero aumentar a receita. Chegamos num momento em que ninguém mais aguenta pagar tanto imposto".
Principais desafios do próximo gestor
"Teremos que trabalhar com o orçamento já aprovado neste ano, dos quais não há muita margem para se fazer muito investimento. Quero fazer corte de despesas porque é como na nossa casa, se não economizarmos em algumas áreas vamos sempre viver no vermelho. Temos que buscar novas tecnologias para que o serviço público seja ágil e para que o empresário também possa produzir. Outro desafio será sobre os pedágios já que os contratos encerram na próxima administração. Vamos fazer uma licitação com previsibilidade de contratação de empresas fora do Brasil e mão de obra dentro do estado do Paraná, assim teremos a agilidade das grandes empresas, suas tecnologias, com preço mais baixo. Sou a favor que se mantenha o pedágio, mas não a estes preços que temos hoje".
Controle do estado sobre as companhias
"Copel e Sanepar já estão com ações sendo vendidas em Nova York e lógico que quem as compra quer lucro. O estado precisa, na medida do possível, readquirir as ações para que tenhamos o controle e poder fazer as regras do jogo. O estado precisa novamente ter as ações em suas mãos para ter o controle de um bem natural que todos nós precisamos diariamente, que está muito caro e que impacta no preço final dos produtos que consumimos".
Incentivo ao esporte
"Sou esportista e praticante de corrida de rua; já fiz 30 maratonas e sei a importância do esporte. Quero fazer um selo para o esporte da seguinte forma: só vai poder vender para o governo do estado as empresas que primeiro doarem para o esporte".
Reajuste dos servidores
"Assumi o compromisso com a APP Sindicato de que, vencendo o pleito, o próximo secretário de educação seria indicado pelo sindicato para que juntos tenhamos o controle da arrecadação e do corte de gastos para podermos conceder o reajuste não só para o professor, mas para todo funcionalismo público".