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Taiko: Disciplina e tradição em músicas de três mil anos

O som dos tambores de taiko promete transportar para o oriente aqueles que visitarem, neste sábado (12) ou domingo (13), o Parque Ambiental de Ponta Grossa. Ao todo, 13 grupos de músicos estarão reunidos na área central da cidade, oriundos do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, durante o 16º Festival Paranaense de Taiko. A realização é da prefeitura, por meio da Fundação Municipal de Cultura, em parceria com o grupo de taiko Fuurinkazan.

Fernando Shigueo, fundador e coordenador do grupo de Ponta Grossa, explica que o taiko é uma arte musical milenar. “Os tambores estão entre os instrumentos musicais mais antigos da história, existindo há cerca de três mil anos”, comenta Shigueo.

O Fuurinkazan conta com cerca de 18 participantes atualmente, mas desde seu surgimento, em 2006, cerca de 70 pessoas já foram responsáveis por manejar os instrumentos percussão. A prática envolve muito treino e disciplina. Segundo Shigueo, é isso que torna o taiko uma arte difícil. “Quando alguém se propõe a integrar o grupo, nós primeiro observamos se essa pessoa tem habilidade para tocar. Depois observamos o perfil. Precisa ser disciplinado, não pode chegar atrasado, precisa obedecer o professor. Não expulsamos ninguém mas, normalmente, quem não tem o perfil acaba saindo. A disciplina é quase militar”, diz.

Os participantes em Ponta Grossa têm a partir de sete anos e os mais velhos têm 25. A maioria entra com a intenção de ajudar na preservação da cultura japonesa, mas às vezes surgem brasileiros sem descendência nipônica. “E, quando os brasileiros participam, costumam ser melhores que qualquer descendente”, opina Shigueo, lembrando que no sábado haverá a presença de brasileiros tocando os tradicionais tambores. Os espetáculos serão durante os dois dias, das 14 às 18 horas.

 

Vestibular

Fernando Shigueo observa uma estatística curiosa. Quase a totalidade dos que estiveram no grupo de taiko Fuurinkazan passaram no primeiro vestibular que fizeram. Para ele, o taiko desenvolve o cérebro em função da maneira como a música precisa ser conduzida. Envolve coreografia, decorar a música, gritar e ter ritmo. Uma junção de habilidade que podem auxiliar o estudante em uma tarefa como a prova do vestibular. Outra possível explicação é que o músico de taiko já é, por natureza, disciplinado. E transfere a disciplina para os estudos, tendo como consequência a aprovação.

 

Programação

A arte da percussão é apenas um dos elementos que fará alusão à cultura nipônica, durante o 16° Festival Paranaense de Taiko. Na programação, ainda haverá o espaço Pokémon Go, voltado para um dos games mais representativos do Japão, e que no Brasil conquistou uma legião de fãs. Haverá diversas atividades relacionadas, tornando o parque um ponto de encontro dos jogadores. O espaço funcionará no sábado, das 11 às 20 horas e no domingo, das 14 às 18 horas.

Quem quiser aprender ou pouco da arte de dobraduras, poderá participar das oficinas gratuitas de origami, às 14 e às 17 horas. Oficinas de pixel art – arte digital que tem os pixels como elemento básico, também serão oferecidas às 15h30 e 18h30. Em meio a tudo isso, haverá ensinamentos sobre construção de brinquedos japoneses com materiais recicláveis. Na praça de alimentação estarão pratos típicos da cultura nipônica: sushi, sashimi, tempurá, guioza e yakissoba, entre outras opções. Mostra de filmes, palestras, exibição de artes marciais e de uso de arco, flecha e espada completam o festival, que promete reunir centenas de pessoas.

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