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Toque de recolher em Ponta Grossa divide opiniões 

Depois do prefeito Marcelo Rangel (PSDB) anunciar em programa de rádio do qual participa, na manhã de segunda-feira (15), que decretará toque de recolher em Ponta Grossa como forma de enfrentamento à covid-19, o assunto tem ganhado bastante repercussão entre empresários e lideranças políticas. Conforme Rangel, o toque de recolher seria adotado para conter as festas clandestinas que ocorrem especialmente nos finais de semana.

A princípio, Rangel destacou que a restrição na circulação das pessoas iniciaria às 22 horas, mas, no programa de rádio desta terça-feira (16), afirmou que o toque de recolher deve iniciar às 23 horas de sexta, sábado e domingo. O prefeito aponta que restaurantes e trailers de lanches não poderão funcionar após o toque de recolher, mas que as pessoas que estiverem voltando do trabalho serão abordadas liberadas. Segundo a Prefeitura, o Comitê de Gerenciamento de Ações Governamentais para Prevenção e Defesa contra o Vírus causador da covid-19 está construindo as medidas que serão adotadas e apresentadas nesta semana.

Líder do Governo Marcelo Rangel, o vereador Vinicius Camargo (PSD), afirma, ao Diário dos Campos, que na situação de emergência que a cidade vive hoje, e com o grande número de denúncias de festas clandestinas, a medida se faz necessária. “Vivemos numa situação delicada ocasionada pela pandemia que pode sair do controle muito fácil. O toque de recolher, apesar de ser uma medida extrema, se faz necessária neste momento, principalmente porque muitas pessoas não está tomando os cuidados necessários”, afirma. Na opinião do vereador, 23 horas serio o horário mais adequado para o toque de recolher. “Mas, confio no trabalho técnico da Prefeitura, que até agora tem trazido bons resultados no combate à covid”.

Por outro lado, o vereador Pietro Arnaud (PSB), líder da Oposição na Câmara de PG, considera que a medida deve ser analisada com cuidado. “Ainda não tem como avaliar se é negativa ou positiva porque não temos o decreto oficializando como exatamente vai funcionar”, diz. Para o vereador, no entanto, ao invés de determinar toque de recolher, a Prefeitura deveria ser mais efetiva na fiscalização. “Ao restringir totalmente a circulação de pessoas num determinado horário, o Município impõe uma medida a todo mundo, quando não é todo mundo que desrespeita as regras”, avalia. (Patrícia Lucini)

“Punição injusta”, avalia Sindicato

Na avaliação do diretor de Turismo da Associação Comercial, Industrial e Empresarial de Ponta Grossa (Acipg) e presidente do Sindicato dos hotéis, restaurantes, bares e similares dos Campos Gerais, Daniel Wagner, para os estabelecimentos que vêm cumprindo as regras, o toque de recolher será uma “punição injusta”. “Os bons vão pagar pelos maus. O toque de recolher não deixa de ser uma retaliação pela postura inadequada de alguns estabelecimentos e, principalmente, eventos clandestinos. Lamentamos que os empresários sérios vão pagar por isso num momento tão difícil, de baixa dos negócios e dificuldade em manter os empregos”, afirma. O empresário pondera, no entanto, que só com o tempo será possível saber se esta é uma decisão acertada. “Imagino que não seja fácil ser governante neste momento em que medidas duras devem ser tomadas”.

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