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Traiano prevê pautas polêmicas, mas maior tranquilidade para discussão 

Reeleito para o oitavo mandato de deputado estadual nas eleições de 2018, com pouco mais de 43 mil votos, Ademar Traiano (PSDB), atual presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, tentará reeleição à Mesa Diretora por mais dois anos, em 1º de fevereiro, no mesmo dia da posse para o novo mandato do legislativo. 
Nascido em Francisco Beltrão, Traiano iniciou sua vida política em 1982, quando se elegeu vereador e foi presidente da Câmara de Santo Antônio do Sudoeste. Elegeu-se deputado estadual pela primeira vez em 1990. 
Em entrevista ao Diário dos Campos, Traiano destaca o novo momento político brasileiro, baseado em uma expectativa de renovação e mudança. Mudança esta que nas últimas eleições chegou a menos da metade no Legislativo: dos 54 deputados, 32 se reelegeram para um novo mandato. Confira trechos da entrevista.

Balanço dos trabalhos da Alep em 2018
"Foi um ano atípico por ser período eleitoral. A tendência sempre nestes períodos é que haja redução de encaminhamentos, até por parte do próprio governo, de medidas que possam impactar. A verdade é que  os principais focos da discussão em 2018 foi a Lei de Diretrizes Orçamentárias -que determina todos os programas de governo para o exercício financeiro de 2019. Tivemos também a votação do orçamento, em que o próprio novo governo também propôs algumas iniciativas. No final da gestão, o novo governo propôs a votação da lei das PPS, que é um grande projeto que o governador Ratinho pretende implantar, que são as iniciativas público-privadas em todas as áreas. Por parte dos deputados, foram mais de mil propostas encaminhadas à Mesa, nem todas submetidas ao voto". 

Ano tranquilo no legislativo 
"Sempre que se inicia o ano legislativo em um novo governo as propostas são sempre mais duras e foi o que ocorreu no início do segundo governo do Beto Richa [em 2015], em que tinha que se fazer um alinhamento da economia do estado. Além disso, havia um movimento social muito forte, especialmente do movimento sindical alicerçado pela forte presença do PT, com apoio de parte da mídia, e que alimentou esta discussão. Nós alinhamos a economia e, portanto, a partir daí, todo o processo legislativo se tornou mais tranquilo. Ao mesmo tempo, os movimentos sociais perderam um pouco sua força. Imagino que a parir de agora, com o novo governo que se instala no Brasil, os movimentos sociais estão muito enfraquecidos. Eu acho até que o governador Ratinho Junior deva encaminhar algumas propostas à Assembleia no sentido de enxugamento da máquina e que possa criar uma série de discussões muito forte. Mas há de se analisar que há um enfraquecimento dos movimentos sociais e a mídia também não dá a força que dava, e com isso a Assembleia terá uma tranquilidade maior para trabalhar". 

Relacionamento com o Executivo paranaense
"Legislativo e Executivo são poderes independentes. A gente tem um alinhamento harmônico, procura sempre trabalhar em sintonia, mas é claro que nem tudo que o governo propõe como iniciativa deva ser aprovado em sua totalidade porque há divergência de parlamentares e que devem ser respeitadas. Mas, como poder, a relação deve ser construída dentro de harmonia porque é fundamental para o estado. A Assembleia deve ser um poder que caminha para a construção de pontes permanentes para o bem do nosso estado". 

Disputa pela Mesa Diretora
"Estou com chapa montada para disputar a reeleição para a presidência da Assembleia. Dos 54 deputados estaduais, já tenho hoje a chapa com apoiamento e assinatura de 46 deputados estaduais que se somaram à minha chapa. A eleição é dia 1º de fevereiro, logo após a cerimônia de posse para o novo mandato. Eu acho que a reeleição é muito difícil de não acontecer, porque o modelo de eleição na Assembleia determina que precisa haver chapa completa para a disputa da Mesa e, uma vez feita uma chapa com apoiamento de todos os partidos e blocos partidários, dificilmente possa surgir outra. Então, tenho segurança que serei reeleito na Casa. 
Pela chapa composta eu sou candidato a presidente; o Plauto Miró [DEM] é primeiro vice-presidente; segundo vice-presidente é Requião Filho [MDB]; terceiro vice-presidente, Tercílio Turino [PPS]; primeiro secretário é o deputado Romanelli [PSB]; segundo secretário, o pastor Gilson Souza [PSC]; terceiro secretário, Marcel Miqueletto [PR]; quarto secretário, Gilberto Ribeiro [PP] e quinto secretário, Nelson Luersen [PDT]".

Concessão dos parques estaduais 
"O Projeto de Lei [535/2018], que prevê a concessão dos parques estaduais à iniciativa privada está tramitando. Acredito que passar a gestão destes parques à iniciativa privada esteja correto para que, enfim, os parques possam ter manutenção permanente e possam ser explorados dentro dos parâmetros da legislação. Tão logo inicie o período legislativo, devemos submeter o voto do projeto em Plenário". 

Renovação na Assembleia 
"Democracia existe para que todo o processo político seja oxigenado. A vinda de deputados novos é importante para o processo de renovação das lideranças. Ocorre que no Poder Legislativo os resultados acontecem à medida que os aprendizados sejam colocados em prática, porque é um processo muito lento de conhecimento, de embasamento, e é claro que o sangue novo  motiva e desperta a possibilidade de os mais antigos repensar formar de fazer política e a Assembleia ganha com isso. Mas, os novos precisam ter tempo suficiente para maturação, porque nem tudo que se imagina é possível acontecer no Poder Legislativo, existem as amarras da legislação". 

Perspectivas para 2019
"O Brasil vive um momento novo, assim como o Paraná. Dentro deste novo governo as expectativas são as melhores possíveis e o nosso papel é contribuir para que isso realmente se torne realidade". 
 

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