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Uso de máscaras reduz procura de atendimentos por doenças respiratórias em Ponta Grossa

Desde a obrigatoriedade do uso de máscaras em Ponta Grossa, em meados do mês de abril, a procura por atendimento nas unidades básicas de saúde para sintomas respiratórios, apresentou queda significativa.

Dados da Fundação Municipal de Saúde (FMS) mostraram uma redução de 83% deste tipo de atendimento nos postos a partir do final de abril e começo de maio deste ano.

“Esta época do ano, contribui para o surgimento de doenças sazonais de inverno e o uso da máscara se tornou uma barreira para a transmissão de doenças como gripes e resfriados, por exemplo”, disse o médico Rodrigo Manjabosco, secretário-adjunto da FMS. 

Na última terça-feira (19), Manjabosco apresentou dados desta redução aos vereadores durante sessão na Câmara Municipal. Em um gráfico, o secretário mostrou um comparativo de casos de doenças respiratórias em Ponta Grossa no ano de 2019 e 2020.

Gráfico da Fundação Municipal de Saúde mostra comparativo de atendimentos nas unidades por problemas respiratórios em 2019 e 2020.

“Normalmente, no início do mês de abril, tínhamos início dos casos de gripes e outros problemas respiratórios e o crescimento do pico se dava nos meses seguintes, até julho, por exemplo. Porém, neste ano, com a pandemia do novo coronavírus, percebemos uma queda de doenças respiratórias entre o final de abril até a metade do mês de maio, através de um monitoramento que fizemos nas unidades de saúde”, apontou. Segundo Manjabosco, antes da pandemia, uma unidade básica de saúde atendia, em média, entre 30 a 40 pacientes por dia.

“No período da pandemia, as consultas nas unidades não passaram de seis a oito atendimentos e só isso já demonstra a diminuição de casos de problemas respiratórios. O restante dos atendimentos nos postos seria para troca de receitas ou pacientes com algum problema de comorbidade como hipertensão e diabetes”, explicou.

“A partir do gráfico, podemos observar então que, após a 15ª semana, no mês de abril, os números de atendimentos se mantiveram e depois começaram a cair na 18ª e na 19ª semana de maio. Foi uma redução abrupta. Os indicadores despencaram e essa redução de 83% também é uma realidade de outras cidades do Paraná”, complementou o secretário.

O uso das máscaras também contribuiu para a redução de problemas alérgicos como renite e sinusite. “Com as máscaras, as pessoas não inalam poeira, mofo e pólen das plantas”.
 

Fatores

Além das máscaras, Manjabosco aponta que a redução também se deu em um período onde o município começou com ações de isolamento social, uso de álcool em gel, mudanças nos horários do comércio e a proibição de aglomerações.

“Tudo isso contribuiu para que o nosso cenário fosse caindo e hoje não temos mais tanta contaminação de influenza. A própria gripe despencou no município”.

O secretário reforça que o uso das máscaras continua sendo importante e necessário para evitar a contaminação pelo coronavírus. “A máscara é um acessório extremamente necessário e que deve ser usada por tempo indeterminado”.
 

Pico da covid-19

O pico da doença ainda tem a previsão de se manter entre o final do mês de junho e começo de julho. Em Ponta Grossa, as próximas semanas deverão confirmar cerca de dois a três casos por dia.

“Esse número pode vir a aumentar se aumentarmos os testes RT-PCR no município. O governo do Estado já sinalizou a distribuição destes kits para os municípios. Se recebermos uma quantidade maior, faremos mais testagens e, consequentemente termos mais casos da doença confirmados”, disse Manjabosco.

A previsão da Secretaria de Estado da Saúde é realizar 200 mil testes RT-PCR nos próximos meses e, de acordo com a pasta, com uma maior quantidade de testes sendo feitos, a tendência é que também aumente o número de casos confirmados no Estado, já que a testagem em massa trará um panorama mais claro de quem pegou a doença, inclusive identificando casos leves.

“Cerca de 80% dos casos de Covid-19 são leves, o paciente pode estar com o vírus sem ter a sintomatologia. Quando se aplica um teste rápido ou laboratorial no período correto, confirma-se um diagnóstico que poderia passar despercebido”, explica a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.

Vacina H1N1

O secretário-adjunto da FMS também reforça a importância da vacina contra o vírus da influenza H1N1. “Até o momento, tivemos uma boa campanha onde os idosos, caminhoneiros e profissionais de saúde aderiram massivamente. No entanto, estamos com baixa procura de gestantes e crianças”.

Da meta em vacinar 26.816 crianças, somente 8,9 mil foram imunizadas. Cerca de 4 mil gestantes também devem ser imunizadas na cidade, mas apenas 1958 haviam tomado a vacina até a tarde da última quinta-feira (21). “Precisamos que as gestantes tomem a vacina, pois da H1N1 traz complicações para a gravidez. A mesma atenção vale para as crianças que ainda não foram imunizadas”, apontou o secretário.

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