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Você conhece o acervo artístico de Ponta Grossa?

Parte importante da formação humana, a arte é manifestada desde os primórdios, através das pinturas rupestres gravadas em abrigos ou cavernas. A necessidade de expressão artística acompanhou a civilização e é apresentada de diversas formas, com diversas linguagens. As artes visuais sempre foram foco de grande interesse e também muita polêmica. Pois afinal, o que é arte?

Muitas pessoas têm a oportunidade de viajar para longe para apreciar grandes obras de artistas consagrados, museus renomados, exposições e instalações de prestígio, mas, muitas vezes, acabam não conhecendo também o acervo da própria cidade e os artistas locais.  

Você sabia que Ponta Grossa possui um acervo com mais de 300 obras de arte? São pinturas, esculturas, desenhos e fotografias, produzidos tanto por artistas da cidade quanto de fora, a maioria obtida através de editais, por prêmio aquisição.

“O acervo é composto por obras adquiridas em salões de arte que tínhamos antigamente, então eram prêmios aquisição: os três primeiros lugares recebiam prêmios em dinheiro e suas obras ficavam para o acervo. Algumas também foram adquiridas através de doação, mas são poucos casos”, explica a chefe de divisão do setor de artes visuais da Fundação Municipal de Cultura de Ponta Grossa, Mariângela Digiovanni.

 

Acervo é disponibilizado ao público através de exposições

‘Tempo que Escorre II’ – Luis Lavalle Filho (Curitiba)

Mariângela destaca que a Estação Arte, onde o acervo está armazenado, é um local aberto para toda a população e é importante que ele seja aproveitado. “É um espaço que possibilita sentir o sabor da arte, a influência que ela tem sobre a gente, e é também um documentário de uma época. Queremos expor cada vez mais essas obras, pois é através das exposições que o público tem acesso ao acervo. Além disso, as obras precisam estar sempre ‘respirando’”.

Cada um com sua personalidade, com sua linguagem, é assim que Mariângela descreve os autores das obras do acervo. “São obras riquíssimas. É isso que as pessoas precisam saber, que a arte é uma linguagem própria e o artista pinta o que ele sente, o que ele vive. Com as artes plásticas isso é uma coisa mais individual. Tem obras do Sidney Mariano, por exemplo, que eu vejo e penso ‘eu preciso dessa obra’, é isso que a arte causa na gente”.

 

As obras de Sidney Mariano

O artista Sidney Mariano em ação

Um dos artistas que passou a compor recentemente o acervo da Estação Arte é Sidney Mariano. “Recebemos a doação de duas obras dele, através de um rapaz de Curitiba chamado Mauricio Apple. Ele ligou perguntando se a gente aceitava e para nós foi um grande momento, pois consideramos o Sidney um gênio. É fantástico vê-lo pintando, então foi uma aquisição magnífica”, ressalta Mariângela. As obras são datadas de 1995 e 1996.

 

Manutenção e aprendizado

Sobre a manutenção das obras, existe um constante esforço para aprender cada vez mais sobre a qualidade de conservação. “Cerca de dois anos atrás tive a oportunidade de passar um dia inteiro no Museu Oscar Niemeyer, onde o pessoal da reserva técnica me orientou em todas as questões de guarda. Visitamos também o Museu de Arte Paranaense para obter orientação sobre como fazer a limpeza das obras. Não digo que nossa reserva técnica está em perfeitas condições, mas temos buscado aprimorar cada vez mais, sempre que posso vou para Curitiba para buscar novas referências”, garante Mariângela, que também é artista plástica.

 

Projetos e exposições

Obras produzidas através dos projetos estão expostas na Estação Arte

Atualmente, a Estação Arte conta com um projeto voltado à terceira idade, que acontece sempre às segundas-feiras. “Retornamos também o projeto Papo de Artista, que é um momento à noite para que artistas e pessoas que gostam de arte possam trocar ideias. Nesse ano contamos com Beto Portugal, que veio fazer parte da Fundação de Cultura, então temos trabalho oficinas mais teóricas da arte”, conta a chefe de divisão.  De acordo com ela, o plano é abrir espaço em mais um dia da semana para retomar também o trabalho com crianças e adolescentes.

– Na sexta-feira (8 de março) foi inaugurada uma exposição no mezanino (Sala Matteo Domenico Di Giorgio) com trabalhos de artistas plásticas ponta-grossenses em alusão ao Dia Internacional da Mulher.

– Para abril, estão previstas exposições dos artistas Marcelo Schinitzler e Rodrigo Guimaraes.

– Em maio, a Fundação trará as instalações do Coletivo 58.

– No mês de junho, a Flicampos contará com a exposição do artista curitibano Luiz Arthur.

 

As oficinas promovidas na Estação Arte são todas gratuitas. O local também está disponível para artistas que queiram utilizar o espaço para pintar e produzir (exceto em dias de oficinas). Para mais informações:  3220-1000 (ramal 2082). A Estação Arte abre ao público das 9h às 17h, de segunda a sexta.

 

Conheça algumas das obras do acervo:

‘Rosto’ – Diogo Duda (Curitiba)
‘O Boi e o Cão’ – Marcelo Schimaneski (Ponta Grossa)
‘Madona’ – Haroldo Manosso (Ponta Grossa)
Sem título – Gregório Soares (Curitiba)
‘Copos de Leite’ – Sidney Mariano (Ponta Grossa)
‘No Trânsito’ – Hélio de Jesus (Curitiba)
Ayrton Senna – Ricardo Widelski (Ponta Grossa)

 

FOTOS: Fábio Matavelli

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