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A manutenção da vida depende da preservação das florestas

Malena Damasceno

Comemorado em 21 de setembro, o Dia da Árvore é uma data que nos convida para uma reflexão profunda a respeito do que estamos fazendo pelo o meio ambiente. Pois até pouco tempo, quando falávamos em desmatamento, ouvíamos apenas discussões sobre problemas como o efeito-estufa, a perda da biodiversidade e o aumento da poluição. No entanto, com o passar dos anos, percebemos que as consequências são muito mais preocupantes.

Com as derrubadas na região amazônica, a umidade relativa do ar foi reduzida, o que tornou o clima mais seco e interferiu diretamente no volume das chuvas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, de maneira nunca antes vista. Em São Paulo, por exemplo, foi registrada uma das piores secas da história, o que resultou na baixa dos reservatórios de água que abastecem a maior metrópole do País.

Isso tudo ocorre porque a Amazônia é a responsável por bombear para a atmosfera a umidade que se transforma em chuva. Para se ter uma ideia de sua importância, uma única árvore é responsável por colocar no ar mais de 1.000 litros de água por dia. Inclusive, um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa da Amazônia (Inpa) e o Instituto de Física Nuclear de São Petersburgo, na Rússia, aponta que, em algumas áreas do planeta, mais de 60% do transporte de umidade é realizado por meio da ação direta da floresta.

Além disso, ao avaliarmos o nosso território florestal, notamos que o Rio Amazonas, considerado o mais volumoso do mundo, despeja no Oceano Atlântico 17 bilhões de toneladas de água por dia. Já a floresta amazônica, nesse mesmo período, consegue lançar na atmosfera 20 bilhões de toneladas de água.

Diante da gravidade do problema e da nossa dependência das árvores, uma das formas de controlar essa devastação é propagar a ideia de que florestas em pé são mais valiosas do que derrubadas. A iniciativa, que conta com o apoio de instituições públicas e privadas, ajuda a transformar as árvores em uma valiosa fonte de renda e ainda promover o desenvolvimento social.

Hoje, como o setor industrial busca cada vez mais formas de vegetalizar as suas produções, as empresas investem nas fórmulas feitas a partir de matérias-primas da natureza. Para esse processo, apostam nas parcerias com comunidades da região amazônica e, por meio de treinamentos e capacitações, ensinam que é possível extrair frutos e sementes da biodiversidade brasileira sem agredir o meio ambiente. A proposta é que projetos como esse transformem a floresta em uma perpétua fonte de renda, ajude a preservar o meio ambiente, garanta uma fonte de renda extra e ainda tenha condições de restaurar a dignidade e a visão de melhoria de futuro dos moradores dessas regiões.

No entanto, vale ressaltar que essa é apenas uma das iniciativas realizadas para combater o desmatamento. O primeiro passo é enxergar que qualquer espécie viva depende das árvores para garantir a sua sobrevivência. Respeitar o meio ambiente, é criar mecanismos que possibilitem o investimento no desenvolvimento social e na obtenção de lucros de forma consciente, é a união desses elementos que forma a base do tripé da sustentabilidade.

 

*Malena Damasceno é gerente de Biodiversidade da Beraca, empresa líder mundial no fornecimento de ingredientes provenientes da biodiversidade brasileira

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