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A mudança das cores

* Por Sergio Mazurek Tebcherani ([email protected]

A palavra “pigmento” é originária do latim “pigmentum” que significa “aquilo que dá cor”. Por mais que o tempo passe, o conceito da palavra “pigmentum” tem sempre o mesmo significado. Por mais que a ciência evolua e a tecnologia se modernize, pigmento sempre representará aquilo que fornece uma coloração.
Outra palavra que designa a mesma finalidade é “corante”.
Os corantes são substâncias que solubilizam no meio em que são aplicados. Devido a isso, eles possuem baixa propriedade de solidez à luz e são transparentes.
Os pigmentos permanecem sempre insolúveis quando preparados e aplicados e, por isso, possuem elevada propriedade de solidez à luz e são bastante opacos, em geral estão na forma de pó.
A clorofila é um pigmento natural da planta que remete à coloração verde para os vegetais. 
Quando uma luz atinge uma superfície que observamos, parte dela é absorvida e outra parte é refletida. A luz refletida confere a cor que enxergamos porque as demais cores foram absorvidas. 
No caso da clorofila a absorção ocorre nas faixas do vermelho e do violeta e a reflexão da luz verde que enxergamos. 
O nome desse pigmento chamado clorofila foi sugerido por Pelletier e Caventou em 1818, designando uma substância verde que saía das folhas quando colocadas no álcool.
Existem diferentes tipos de clorofilas, que são chamadas de A, B, C e D, e que diferem-se pela estrutura de sua molécula e sua capacidade de absorção.
Presente em cerca de 75% de todos os pigmentos verdes encontrados nas plantas está a clorofila A. Os outros 25% estão representados pelas clorofilas B, C ou D.
A clorofila B está presente nos vegetais superiores e em plantas sombreadas, pois esse tipo de clorofila aumenta os comprimentos de onda de luz que a planta consegue captar. 
A clorofila C pertence a alguns grupos como diatomáceas, dinoflagelados e algas pardas e a clorofila D está presente em algas vermelhas. 
No campo do espectro que enxergamos, os vários tipos de clorofilas absorvem luz em faixas diferentes, que, por consequência, enxergamos com colorações diferentes.
No inverno, devido à redução da incidência de luz na terra, a quantidade de clorofila nas plantas está diminuída, prevalecendo a presença de outros pigmentos. Esta variação faz com que as folhas mudem de cor. 
Com a chegada da primavera a incidência de luz passa a ser maior e a natureza nos premia com o verde voltando a prevalecer.
A diminuição e aumento da clorofila é o dispositivo que o vegetal possui para captar a luz e manter sua subsistência.
E é assim, depois de uma pausa o verde volta e prevalece.
Para quem gosta de luz só resta falar: viva o verde!

*Doutor em Química pela UNESP

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