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Brasileirismos a Paranaense

Divulgação
A paisagem paranaense ilustrada na obra de Sidney Mariano.

 

Um vocábulo, vernáculo, receptáculo qual cálice do saber. O que se sabe? Tão pouco o que cabe no compreender. Foram entendidas as expressões ou o gesto porta, na mímica do verso, significado certo em atender a demanda de um povo? Expressão que se soma ao decoro que permite reconhecer. A identidade também assume a forma da fala. Força das ideias em vestimenta ornada de particularidades. As peculiaridades como laçadas finais que arrematam a costura étnica. E quando o étnico é a mescla resultante do mosaico de etnias? Ainda mais bela a arregimentação das palavras.

 

Nos campos gerais, o lajeado por onde as águas correm e a beleza aflui não se esconde em cada curva, em cada volta donde tomba o anseio por contemplar. Desde as antigas invernadas quem agora inverna é o desejo pelo remanso, encanto que ousa mergulhar na sanga e adormecer. Junto às águas, as pirambeiras são mansas e não se importam em pitoquear o medo, fazendo alçar a imaginação. Se o pinheiro é do Paraná, esqueceu-se de desaguar na descida que escoa até Paranaguá e vai se deleitar na paisagem defronte não mais os pinheiros cobrem. Capelista? Do mar o campeiro não conhece paragem, parece miragem na vista sem fundo. Cadê a canhada, que na onda, longe do capão, não se deixa campear? O cavalo se moldou ao lombo do homem, na carreira ou no carreiro é um novo causo a cada puxirão. Quando a casa Paranista se avista, de lambrequim na fachada e grimpa no chão, é alegria de se reunir para a sapecada. Pinhão de pinha, a vontade adivinha que é hora de pinicar. Belisco ou petisco? Do feijão tropeiro ao lambisco a fome é de congregar, aquentar o fogo, chamar e reunir no meu Paraná. Abraca no coração um gosto e um carinho que aqui veio para ficar.

 

Do livro Vocabulário Paranista, de Eno Theodoro Wanke, algumas expressões como: lajeado, invernada, sanga, pirambeira, pitoquear, pinicar, sapecada, canhada, dentre tantas que convidam para garimpar.

 

Autora: Renata é escritora, integrante da Academia de Letras dos Campos Gerais, da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes e do Centro Cultural Professor Faris Michaele.

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