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Colégio Regente Feijó

Arquivo DC
Arquitetura eclética com pitadas em estilo clássico e art noveau

Quem rege, quem conduz? Quem faz e acontece, o minuto antecede? Quem veio, quem ficou, quem na regência marcou, vive como uma prece. Violinos, flautas doces e transversas, violoncelo, trompetes, a alguém compete orquestrar e reger talentos que se tecem. Na vida, na arte e na educação, uma existência só pode ser singular quando o coletivo enobrece.

A entrada é suntuosa, grades e vigas abrigam a escada convidativa. Corrimão imponente, nem sente a vertigem com o tempo em curva ascendente. Apenas poucos degraus que, nos passos, transcendem em história magistral. Em fevereiro de 1924, finalizava a construção do prédio que abrigaria a primeira Escola Normal de Ponta Grossa. Anos mais tarde, convertido no Colégio Estadual Regente Feijó, homenagem à célebre individualidade de expressão nacional Diogo Antônio Feijó, homem versátil em conceitos e capacidades, preconizando o ideal democrático. Sob o selo da regência, a edificação se insculpiria em marca, vértice e eloquência. A porta central, ingresso principal não hesita em clamar aos que a mente incita à aprendizagem, nas versões mais eruditas através grandes personalidades. Vultos como Bruno Enei e Faris Antônio Michaele prestaram suas privilegiadas habilidades e inteligências ao corpo docente da instituição. Mestres de mestres que se sucedem em sacerdócio educacional. Há música nesta regência? Sim, só não há maledicência em afirmar que instrumentos simbólicos encontram seus pares congregados a cotejar signos da ignorância malsã, que do pensamento humano, tentam abarcar.

No coração da escola que rege, madeira escura em degraus firmes, dos passos permite adentrar as convicções no átrio da educação. As mãos deslizam na mesma madeira antiga, bailando entre braços e pernas. E quantas outras mãos já acariciaram este mesmo corrimão? Quantas ainda acalentarão? Quantos vislumbres batem forte na madeira consorte a sonhar por melhor sorte. Sonho que é pensamento motriz para o alicerce de futuras carreiras. Inda hoje, professores distintos em seus guarda-pós alvos projetam-se em sabedoria e inspiração para além dos elevados pés-direitos das salas de aula. Como nas clássicas catedrais, uma intenção nobre que se eleva buscando os céus, orações que extrapolam cadernos e papéis.

Na paisagem urbana, a casa sapiente é ponto de referência, na arquitetura eclética em pitadas de estilo clássico e art noveau. Insculpido na Rua do Rosário, até o endereço remete ao relicário que se deixa engrandecer. Edificação tombada como Patrimônio Cultural do Paraná desde 1990, segue a encantar quem por ali passa. Se deslumbra pela formosura também desvela a leitura que, em décadas, presenteia a educar. Sob o signo de peixes, sensibilidade e gentileza anseiam, antes de tudo, por ensinar. Força e forma, conteúdo e embalagem, presente refinadamente ornamentado, espera que jamais, pelo descaso, se deixe perpassar. Uma regência não é concedida sem méritos, em características nobres, com a cidade, se fez associar.

 

Autora: Renata é escritora, integrante da Academia de Letras dos Campos Gerais, da Academia Ponta-grossense de Letras e Artes e do Centro Cultural Professor Faris Michaele.

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