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Das ruas para as urnas…

Começa nesta terça-feira a importante veiculação da propaganda eleitoral no rádio e na televisão. É um período onde os candidatos, seguindo normas, apresentarão ao eleitorado as suas propostas de trabalho. Muito criticado, por não atender às expectativas promocionais dos próprios candidatos e não ser ao gosto estético dos telespectadores e rádio-ouvintes, o horário eleitoral costuma ser rejeitado por consideráveis parcelas da população. Não deveria, pois mesmo com todas suas limitações, é uma das mais importantes fontes de informação e análise. No seu próprio interesse, o eleitor não deve só acreditar pura e simplesmente no que ali vê ou ouve, mas tomá-lo como elemento crucial para confrontar com o que lê nos jornais, vê e ouve na cobertura jornalística do rádio e da televisão e pode pesquisar na internet. Com tudo isso em mãos, poderá, com convicção,  decidir em quem votar.

Desde o começo da República, o sistema eleitoral brasileiro apresenta dificuldades na relação do candidato com o eleitor. Inicialmente só as oligarquias tinham acesso ao voto. Com o passar do tempo e a inclusão do povo, os grupos de poder usaram a criatividade e muitos deles ainda mantém seus quadros. Esfacelaram-se uns, criaram-se outros. O povo sempre foi tido como massa de manobra, tanto da direita quanto da esquerda. Hoje, mesmo com toda a tecnologia disponível, ainda temos muitas interrogações. Mas, sem qualquer dúvida, o processo avançou. Não temos mais os grandes comícios que pontificaram no populismo, mas dispomos de uma formidável estrutura de informações. A população tem acesso fácil à tv, rádio, jornal, celular, etc. Se prestar atenção, ficará mais fácil escolher. 

Falta-nos, no entanto, a necessária motivação do eleitor para participar do processo eleitoral. É preciso dizer ao cidadão comum que, mesmo não postulando cargos eletivos ou facilidades pessoais, é do seu interesse saber dos candidatos, além de suas propostas, sua competência e honestidade, para a partir daí, votar conscientemente. E que, se por incredulidade ou qualquer outro motivo, anular ou votar em branco, mesmo que como protesto, estará simplesmente renunciando ao seu direito de participar. Depois não adiantará sair às ruas em protesto, pois a grande e eficiente manifestação se deve fazer direto nas urnas.

O grande desafio do Brasil contemporâneo é motivar o eleitorado a interessar-se pelo processo eleitoral, conhecer todos os integrantes da disputa e o que pensam para, assim, votar da melhor forma. Além de promover seus candidatos, os marketeiros das campanhas prestariam um grande serviço à Nação se fizessem algo que mexesse com os brios do eleitor e o levasse conscientemente às urnas. Essa seria uma verdadeira obra de salvação nacional…

 

Tenente Dirceu Cardoso Gonçalves – dirigente da Associação de Assistência Social dos Policiais Militares de São Paulo (Aspomil) 

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