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Dentífrico

Thiago Sequinel

Doutor em Química pela UNESP

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O dentífrico, também conhecido como creme dental ou pasta de dente, já era utilizado em 550 a.C. pelos povos persas. Naquela época uma solução aquosa de tintura era aplicada nos dentes e nas gengivas.

Por volta de 400 a.C. tem-se relatos de um manuscrito egípcio sobre uma pasta para tornar os dentes mais brancos. Era uma formulação de flores maceradas com sal, folhas de menta e pimenta.

A pasta de dente ficou conhecida e popularizada com esse nome por meio dos romanos. A formulação utilizada era: vinagre, mel, sal e cacos de vidro. Por favor, não repita este experimento!

Um pouco mais “saudável“ que isso era a outra composição: giz, sal, pão queimado, tijolo ou carvão triturado.

Utilizavam também um clareador dental: urina humana. Bem, neste caso é melhor não terceirizar a produção e, mais uma vez, não repita este experimento!

Em 1850, o dentista americano Washington Sheffield criou um pó para a limpeza dos dentes, muito popular com seus pacientes e, com ajuda de seu filho Lucius, também dentista, transformaram no modelo de pasta em creme semelhante aos atuais – o creme dentífrico Dr. Sheffield.

Porém, somente após 42 anos o experimento se tornou viável, quando o Dr. Sheffield criou seu outro invento, o tubo flexível para armazenar e dispersar a pasta de dente.

Em 1896 estas ideias do conjunto de pasta dental e tubo flexível deram início a este fabuloso mercado por meio do produto Colgate Ribbon Dental Cream, no entanto, a generalização da pasta de dente só aconteceu junto à Primeira Guerra Mundial.

Por volta de 1900 tem-se o primeiro registro da incorporação do flúor na forma de fluoreto nas pastas dentais, porém, somente em 1955 constatou-se a incorporação do flúor como segura e aprovada, e a Procter & Gamble lançou a Crest with Fluoristan.

Por muito tempo o sabão de coco foi uma boa alternativa para escovar os dentes. Atualmente os cremes dentais agregam várias funcionalidades.

Alguns palestrantes motivacionais apresentam em suas palestras uma história ou uma lenda. Não se pode afirmar se isto realmente existiu ou não, todavia, o contexto é bastante interessante:

Fala-se que uma grande empresa do setor tinha detectado um problema sério em sua linha de produção: no processo de embalagem algumas das caixas seguiam para venda sem o tubo de creme dental dentro delas.

Contam que no processo de engenharia adaptaram esteiras multifuncionais na ordem de 8 milhões de reais. Nelas continham balanças de precisão e sensores, que, quando uma caixa vazia passava na linha de produção o sistema parava e a caixa era eliminada.

Mas parece que os problemas persistiam e, três meses depois, adaptaram um ventilador direcionado para a esteira. Então, quando o vento atingia as caixas vazias elas eram “sopradas” para fora da esteira e o problema havia sido resolvido. Esse ventilador custou menos de mil reais.

Verdade ou não, nos passa a ideia de que a inteligência é superior à tecnologia.

Agora, vamos a um fato verdadeiro:

Em 1960, um fabricante americano de creme dental reuniu uma equipe de marketing para criar estratégias de elevar as vendas do produto.

Um dos integrantes questionou: “E se aumentar a boca do tubo da pasta de dentes?”

Com isso ele arrancou risos dos colegas, porém insistiu: “As pessoas iriam consumir mais, o produto acabaria antes e venderia mais. Não faz sentido?”

A partir desse momento nós passamos a gastar mais pasta do que necessitamos para escovar os dentes.

Mas não fique aborrecido por esse motivo. Já perceberam que alguns cremes dentais estão vindo mais líquidos dentro dos tubos?

Esta também é uma forma de consumirmos mais o produto.

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