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Nosso respeito à educação

Beto Richa

Antes mesmo de iniciarmos a primeira gestão, destacamos em nosso Plano de Governo que a Educação seria prioridade absoluta. E continua sendo.

Houve, infelizmente, o episódio da greve de servidores, que reconheço como legítima. No entanto, é importante registrar também o oportunismo político-partidário de adversários que ainda não absorveram a derrota nas últimas eleições, e que tentaram pegar carona na paralisação, espalhando falsas versões sobre o conteúdo das propostas enviadas à Assembleia Legislativa.

Depois de rodadas exaustivas de negociações, com toda a pauta de reivindicações atendida, não vejo motivos para a continuidade da greve, não há mais sentido para a manutenção deste movimento. Faço um apelo aos professores, que sempre mereceram todo o meu respeito e não é só da boca pra fora. Na prática, demonstrei o respeito na valorização dos professores, na busca de um ensino de qualidade para os estudantes de toda a rede estadual. Depois dos resultados do diálogo entre o governo e os representantes dos servidores, os estudantes e as famílias paranaenses não podem ser prejudicados.

Este é o desejo de pais e mães de estudantes. Repito: sempre tive a educação como prioridade absoluta do meu governo. Assim fiz na Prefeitura de Curitiba e agora na administração estadual.

Por uma questão de justiça, é preciso recordar ainda que foi o senador Roberto Requião que, quando governador, gravou vídeo dizendo que iria entrar com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o piso nacional de salário dos professores. Hoje, pagamos acima do piso. Ele também entrou com uma Adin contra a hora-atividade, que é uma grande reivindicação dos professores. Ampliamos a hora-atividade em 75%. Professor do padrão de 20 horas ficava quatro horas fora da sala corrigindo provas, preparando aulas, e hoje fica sete horas fora da sala. Quem tem padrão de 40 horas fica 14 horas.

Meu antecessor vetou a lei da Faculdade Vizinhança Vale do Iguaçu (Vizivali), angustiando 30 mil professores e pedagogos que já aguardavam havia 10 anos o reconhecimento do curso de licenciatura em Pedagogia. Em seis meses, reconhecemos o curso.

Ele repassou R$ 118 milhões em quatro anos aos prefeitos para cobrir gastos com transporte escolar; nós repassamos R$ 318 milhões na primeira gestão, quatro vezes mais. Melhoramos a qualidade dos alimentos da merenda escolar, na qual foram investidos R$ 90 milhões de 2007 a 2010 e nós, de 2011 a 2104, investimos R$ 403 milhões; criamos as brigadas escolares, garantindo segurança aos alunos e profissionais que trabalham nas escolas. Para exemplificar, não havia nem extintor de incêndio nas escolas; compramos 7,5 mil extintores.

Trouxemos as Escolas Especiais (vinculadas às Apaes) para dentro da rede estadual de educação, com o programa Todos Iguais pela Educação, no qual foram investidos R$ 736 milhões em dois anos. Valorizamos os salários dos professores, com 60% de aumento, o maior da história do Paraná. Além disso, 37% dos professores e funcionários da rede estadual de educação foram contratados de 2011 a 2014. O fundo rotativo para a educação passou de R$ 209 milhões de 2008 a 2010 para R$ 340 milhões de 2011 a 1014, com 61% de aumento.

Para resumir a história: fechamos o ano de 2014 investindo 37,6% das nossas receitas em educação básica e superior, quando a Constituição Estadual nos impõe um índice mínimo de 30%. Esse investimento adicional representou mais R$ 1,8 bilhão aplicados na educação no ano passado.

Tivemos avanços importantíssimos que foram conquistados pelos professores e reconhecidos pelo nosso governo. Depois, quando tivemos um atraso de dois meses do terço de férias, causado inclusive por dificuldades financeiras criadas até pelo aumento de despesas com o próprio funcionalismo, o sindicato da categoria marcou uma greve.

Friso que não foi má vontade ou falta de vontade para pagarmos o terço. É que não tínhamos mesmo condições naquele momento de pagar o terço de férias e a rescisão dos professores temporários. Porém, já pagamos cerca de R$ 70 milhões dos temporários vamos pagar em março, em parcela única, o terço de férias aos professores, que foi o motivo de convocação da greve.

Continuo com crença inabalável de que a educação merece o respeito de todos. O nosso respeito é traduzido por investimentos, valorização dos profissionais e dos estudantes, melhorias em infraestrutura. E, saibam todos, assim será.

Beto Richa é governador do Paraná

 

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