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O equilíbrio é a chave natural

 

Robson Couto da Silva

Doutor em Engenharia de Produção pela UTFPR

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Em nosso último artigo falamos sobre a Pirâmide de Maslow e utilizamos sua hierarquia para analisarmos as diferenças entre as últimas gerações em função das necessidades das quais foram ou ainda são submetidas. Nesse artigo discutiremos sobre diferentes aspectos que podem contribuir para entendermos melhor nosso comportamento.

 Dentre as perspectivas que foram levantadas percebemos que a partir das novas gerações houve uma maior busca por etapas relacionadas a fatores sociais da Pirâmide, em que se almejam ganhos em relação a autoestima e respeito. Conseguimos constatar isso quando verificamos que comportamentos antes vistos como brincadeiras hoje são tratados como abusos. Porém, a procura excessiva das conquistas sociais também traz alguns malefícios.

Hoje em dia muitas pessoas ficam tão envolvidas por sua vida virtual que não percebem que estão deixando de viver sua vida real. Não é incomum ver pessoas mais preocupadas em fazer uma foto para postagem em redes sociais do que em apreciar o lugar onde estão ou as suas companhias. Os perigos de se ter muitos amigos virtuais e pouquíssimos amigos reais somente são percebidos em momentos de grande dificuldade em que se têm uma sensação de vazio e solidão, uma porta aberta para a depressão.

O maior apego material das gerações passadas atualmente se tornou em uma total falta de prioridades e descontrole financeiro. Um fato que chamou atenção ocorreu com um conhecido que certa vez pediu auxílio por estar sem energia por não conseguir quitação da conta de luz em função no novo iPhone que tinha comprado…

É possível que um dos grandes problemas que tivemos foi que em um espaço de poucas gerações saltamos da base para o meio da pirâmide sem estarmos preparados para tanto. Ou seja, a falta da hierarquia das necessidades acabou fazendo com que nos perdêssemos em alguns pontos.

Não estamos afirmando que precisamos passar fome para podermos valorizar o que temos, porém, é necessário que na criação de nossos filhos cumpramos a difícil tarefa de dizer “não” e impor limites para os desejos do jovem imperador. Com isso, faremos com que essas crianças se posicionem em uma categoria um pouco mais baixa na pirâmide e assim se tornem mais preparadas para as dificuldades que passarão quando adultas.

Outro dia ao conversar com um grande amigo sobre a necessidade das pessoas estarem se medicando para remediar tristezas e decepções da quais são submetidas ficamos em dúvida se muitas vezes não estamos criando um novo problema. Obviamente respeitam-se os casos nos quais as pessoas se encontram em quadros avançados de depressão ou ansiedade. Porém, naqueles que não atingiram tais quadros, temos que entender que infelizmente passar por algum tipo de sofrimento e perda faz parte de nosso amadurecimento psicológico.

Da mesma maneira, não podemos tentar criar nossos filhos em redomas de vidro para que nunca sofram, pois se fizermos isso estaremos impedindo que eles se desenvolvam em condições de suportar as pressões e desilusões que provavelmente terão no futuro.

Em suma, conforme aprendemos em nossas aulas de termodinâmica: “na natureza tudo tende ao equilíbrio”. Por isso, temos que adotar essa postura em nossas vidas. Todos os recursos e cuidados em falta ou excesso podem ser prejudiciais.

Assim, temos que enfrentar nossas dificuldades, persistir após os fracassos e sempre impor metas em nossas vidas, só assim teremos motivação para evoluirmos. Analogamente, devemos entender que nossos filhos terão que vencer suas próprias batalhas. Com essas atitudes, quem sabe no futuro possamos alcançar o equilíbrio e então pleitear o tão sonhado topo da pirâmide!

 

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