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O primeiro Prêmio Nobel de Medicina

Robson Couto da Silva

Doutorando em Engenharia de Produção pela UTFPR

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Emil Adolf von Behring foi o filho mais velho, dos 13 filhos, do segundo casamento de um professor.

Sem condições financeiras de se manter em uma universidade, Behring conseguiu uma bolsa de estudo e, em 1874, começou a cursar a Faculdade de Medicina do Exército de Berlim.

Devido a esta bolsa, assumiu o compromisso e atuou por 11 anos como cirurgião militar.

Foi deslocado para trabalhar na Polônia e, na cidade de Posen, aproveitou a oportunidade para desenvolver alguns estudos relacionados a doenças sépticas no Departamento de Química da Estação Experimental.

Na época, os governantes estavam preocupados com a saúde da corporação militar. O foco era a prevenção e combate das epidemias.

Em 1883, surgiram os primeiros resultados de suas pesquisas referente à utilização do iodofórmio como antisséptico. Suas afirmações foram que esta substância química não matava os micróbios, porém, era capaz de neutralizar os venenos emitidos por eles. Assim o iodofórmio passou à categoria de antitóxico.

Em 1888, retornou para Berlim e realizou seu desejo de exercer a função de assistente no Instituto de Higiene de Robert Koch e, em seguida, foi atuar no Instituto de Doenças Infecciosas junto com Koch.

Foi neste momento que se formou uma equipe extremamente competente. Estavam interligados os principais estudos de imunologia de doenças bacterianas do mundo.

O Instituto Pasteur produzia resultados na parceria das pesquisas indicando que os filtrados das culturas de difteria não continham bacilos e sim uma substância que denominavam de toxina. As mesmas interpretações serviram para a difteria e, quando injetavam pequenas doses dessa toxina em animais, verificavam que estes ficavam imunes à difteria.

Agora, Behring queria associar a ação do iodofórmio e outros desinfetantes às pequenas doses de toxinas de difteria e de tétano.

Em 1890, Behring e S. Kitasato divulgaram na comunidade científica a descoberta das antitoxinas. Pequenas dosagens de caldos esterilizados de difteria ou bacilos de tétano permitiam que os animais produzissem no sangue substâncias que neutralizavam as toxinas. Por sua vez, as antitoxinas eram capazes de imunizar outros organismos.

Em 1901, Emil Adolf von Behring foi contemplado com o primeiro Nobel de Fisiologia e Medicina por seu trabalho no desenvolvimento da terapia de soro contra a difteria.

Porém, foi somente em 1907, com a ajuda de Theobald Smith que criaram uma mistura de toxina e antitoxina capaz de imunizar o homem contra esta doença.

Este foi o caminho que possibilitava a erradicação da difteria.

Dedicou-se também ao estudo da tuberculose.

Em 1901, a saúde de Behring estava comprometida e suas palestras eram cada vez mais raras. Foi quando estabeleceu uma parceria com uma empresa para produção de soros e vacinas deixando-o com uma ótima condição financeira.

Além do prêmio Nobel, recebeu os títulos de oficial da Legião de Honra francesa, membro honorário de sociedades na Itália, França, Turquia, Hungria e Rússia.

Seus estudos são sempre referências e responsáveis por salvar vidas até hoje.

 

Referência

 

Nobel Lectures, Physiology or Medicine 1901-1921. Amsterdam; London; New York: Elsevier Publishing Company, 1967.

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