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“Ouvir”

Lílian Yara de Oliveira Gomes

CRP  08/17889

 

 

Na prática da Psicologia “ouvir” é um dos principais procedimentos, onde desde o primeiro contato com o paciente, poderemos identificar os motivos pela busca do atendimento psicológico, bem como iniciar uma relação de confiança, “a relação transferencial”, em que o profissional e o paciente estabelecem um plano terapêutico. A oitiva dá tanto para o terapeuta como para o paciente, a percepção de que esse último estará tendo a oportunidade de se conhecer melhor, abordar seus sofrimentos, repensar suas crenças, atitudes, maneiras de realizar enfrentamentos, perceber seus sentimentos e analisar comportamentos.

E, como em nosso dia a dia, estamos “carentes” em sermos ouvidos! Em certas ocasiões, iniciamos falando acerca de nós, querendo compartilhar algo importante, e nosso interlocutor, já nos interrompe e fala sobre si, deixando-nos sem poder continuar e sem a possibilidade de pelo menos compartilhar nossos sentimentos e/ou ouvir a opinião desse outro.

“Nos comunicamos o tempo inteiro, mas poucas pessoas sabem, de fato, escutar. Isso porque nem sempre é uma tarefa fácil; vai muito além de parar de falar e receber as palavras que estão sendo ditas pela outra pessoa”.

“O ser humano tende a gostar muito mais de dar opiniões do que de escutá-las. E um dos erros mais habituais é aproveitar o relato de uma pessoa para complementar com uma experiência própria, algo muito distante da definição de "saber escutar".

“Quando você se disponibiliza a escutar alguém é importante que esteja disposto a dedicar toda a sua atenção àquela pessoa durante alguns minutos. Sem isso, você estará apenas ouvindo o que ela tem a dizer, de forma mecânica. Não estará atento ao significado das palavras, não notará as mudanças no tom de voz utilizado, nem será capaz de identificar sinais da linguagem não verbal.

São esses detalhes que tornam a comunicação mais efetiva. Além do mais, o interlocutor é capaz de notar a falta de interesse de quem escuta, e isso é o que debilita as relações, afasta as pessoas e a relação de confiança enfraquece”.

            O respeito à subjetividade se faz necessário, pois fatores que para nós “parecem tão simples” para o outro tem uma grande força e importância e aí entra a empatia, que nos habilita a nos colocarmos no “lugar do outro”. E dessa forma o “outro” sentir-se-á acolhido e escutado realmente.

            E, dessa forma que a Psicologia tem papel fundamental, pois entre seus objetivos está a “Escuta Terapêutica”, que é “a escuta clínica, onde o papel na intervenção do paciente se dará no sentido de ouvir a queixa e mediar com a solução para o problema. O sofrimento psíquico deve ser notado desde o primeiro momento. Cabe ao psicólogo direcionar e mediar um tratamento adequado para determinados tipos de sintomas que o paciente passa a demandar”.

“Quando uma pessoa procura um psicólogo, existe uma demanda psíquica que deve ser colocada em uma análise posterior, isto é, uma pessoa somente procura um psicólogo quando existe algo que há incomoda, machuca, mesmo que ela não tenha conhecimento total disso”. Fonte:brmundodospsicologos.com

“Nesse sentido, o psicólogo irá direcionar um tratamento adequado específico para aquele paciente, sob as circunstancias daquele determinado sintoma. A escuta clínica pode não acontecer em primeiro momento, visto que o nível de resistência do paciente pode ser elevado. O silêncio revela muito mais do que aparenta revelar”. Por isso, também  pode-se  “ouvir” a voz do silêncio!

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