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POR QUE TEMEMOS A MORTE?

Ninguém pode negar que é um dos sentimentos mais perturbadores. Há quem afirme que esse medo foi a pedra inicial sobre qual foi fundamentada a cultura.

A morte é o acontecimento mais fascinaste e enigmático do ser humano. Enigmático porque é indecifrável, e fascinante porque ela nos faz refletir, ou seja, a morte nos dá um sentido tão forte e vivo que nos provoca a releitura da própria vida, posicionando-nos diante dela.

Durante os cinco dias que vi meu pai na UTI até ele falecer, eu via as pessoas chegando ali para se despedir de seu ente querido, pessoas esperançosas vendo alguém vencer a morte, era uma mistura de alegria, tristeza e esperança.

Ver tantas pessoas morrendo, faz com que você pense que um dia poderá estar na mesma situação, e é difícil suportar essa ideia.

Entretanto, me fez pensar, que não é a ideia da morte que nos assusta, é uma coisa muito maior, é o medo de nunca termos vivido. Medo de chegarmos ao fim dos nossos dias com a sensação de que estivemos realmente vivos e ao longo de nossa existência não descobrimos o que é a vida. Lembro-me de algo importante que ouvi em uma palestra “Só quando não se tem mais medo da morte, é que se está verdadeiramente vivo”.

Acredito que de todos os medos que nos assombram, desde a nossa infância, medo de quartos escuros, cobras, guerras, nada é comparado ao medo que temos de ter desperdiçado nossas vidas, sem nada para lembrar no final, porque perdemos muito tempo na vida com medo de arriscar, medo das coisas não acontecerem como queríamos, medo de nos entregar aos sentimentos aos momentos e as pessoas, medo de falarmos o que pensamos e sentimos.

 Estamos sempre nos escondendo em fantasias em máscaras e isso talvez seja uma forma de achar que estamos nos protegendo, mas no final das contas elas só nos impedem de ir em frente e viver tudo aquilo que no fundo tanto desejamos.

O filósofo Horace Kellen, quando fez 73 anos, escreveu: “Há pessoas que pautam suas vidas em função do temor à morte, e há pessoas que o fazem considerando a alegria e satisfação da vida, os primeiros vivem morrendo, os outros morrem vivendo, sei que o destino pode terminar comigo amanhã, mas a morte é uma contingência sem importância, chegue quando chegar pretendo morrer vivendo”

Só seremos capazes de dizer que nossa vida teve valor, quando sentirmos que fizemos algo importante e marcamos presença na vida das pessoas, pois o ser humano não pode ser completo e autenticamente humano, sem um relacionamento com os outros. Somente depois disso poderá dizer: “não tenho medo da morte porque vivi, amei e fui amado, desafiei e fui desafiado, deixei minha marca nas pessoas”. Devemos ter capacidade de olhar para o último ato de nossas vidas com a certeza de que finalmente aprendemos quem somos e como devemos conduzi-la. Novamente afirmo que a punição mais assustadora que a morte é a vida desperdiçada!

Deus não nos livra da morte, todos nós vamos morrer um dia! Mas, ELE nos livra da “sombra da morte”, não deixa que nossas vidas fiquem paralisadas pelo medo da morte. “ELE” nos auxilia a viver verdadeiramente, usar bem o nosso tempo, viver com mãos limpas e o coração puro. Quando conseguirmos isso, a perspectiva da morte não nos trará qualquer temor. Pois ELE mesmo afirmou "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá”.

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