É muito fácil pensar que o melhor mercado do mundo é aquele sem concorrentes. Isso inclusive é defendido por W. Chan Kim e Renée Mauborgne no famoso livro "A Estratégia do Oceano Azul". Mas como quase tudo no mundo empresarial, existe um outro ponto de vista. Que é o que quero trazer para você aqui.
Esse outro ponto de vista é apresentado por Josh Kaufman no livro "Manual do CEO". Kaufman defende que é possível olhar para um mercado cheio de concorrentes e ainda assim ter o chamado "benefício oculto da concorrência":
– Se existe concorrentes vendendo e operando neste mercado, significa que existe compradores para esse produto ou serviço;
– Já é um mercado minimamente maduro, isto é, você não precisará ter que educar as pessoas sobre a sua nova solução.
Por mais revolucionária que sua ideia seja, as pessoas levam algum tempo para absorver e entender como utiliza-la, ou mesmo para decidir trocar a solução antiga pela nova. Eu gosto muito da referência do refrigerante. Este é um mercado altamente competitivo, cheio de concorrentes e dominado, não só por grandes marcas, mas por grandes redes de distribuição. Qual a grande vantagem dele? Você não precisa ensinar ninguém a como ou quando tomar refrigerante.
Agora se imagine em 1892, quando a Coca Cola foi lançada, ninguém nunca tinha ouvido falar sobre a palavra refrigerante. No seu primeiro ano, a Coca vendeu apenas 25 garrafas (é o que diz a lenda). Atualmente, apenas no Brasil, estima-se que são consumidos entre 6 e 11bilhões de garrafas por ano.
É lógico que você não precisa querer entrar em um mercado tão competitivo quanto o de refrigerantes, ainda mais em uma época onde se fala tanto sobre alimentação mais saudável, mas a ideia deste artigo é fazer uma reflexão sobre a busca incessante e quase desesperada por um mercado totalmente sem concorrentes.
Lucas Ribas, o autor é CEO da Agência yard.