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SOFT SKILLS

Numa tradução ao pé da letra, o título acima significa habilidades suaves ou leves, e referem-se às habilidades que uma pessoa precisa ter para estabelecer relações interpessoais de qualidade, para criar uma grande e robusta network e para, simplesmente, conseguir conviver em sociedade. Esses tipos de habilidades têm sido colocados pelos visionários do mercado como as mais importantes para os líderes do século XXI, porque são habilidade que permitem a alguém construir equipes de alto desempenho. Numa sociedade que está passando pela quarta revolução industrial, a tão falada e propalada INDÚSTRIA 4.0, aonde a tecnologia vai gradualmente substituindo a mão de obra humana, falar de habilidades de relacionamento interpessoal parece algo contraditório. Afinal a busca pela automatização, o desenvolvimento de máquinas que aprendem com erros, que corrigem suas próprias falhas, do uso da internet para tudo, parecem levar fatalmente à subutilização do ser humano no mundo do trabalho. Participei a alguns anos atrás de uma apresentação feita por uma indústria de papel da região, onde ela mostrava uma máquina que havia comprado na América do Norte, que substituiria a mão de obra de 100 operários na floresta. Na ocasião questionei o que seria feito desse pessoal e obtive como resposta um significativo silêncio de uns 30s aproximadamente.

QUEM RESTARÁ NO MERCADO?

Eu não sabia, mas estava presenciando os primeiros passos disso que estamos todos assistindo atualmente da desumanização e da robotização do trabalho. Observem agências bancárias (talvez o exemplo mais forte) e a atividade industrial, como gradativamente vão reduzindo a participação de pessoas na sua linha de operações. Considerando essa realidade, por que então se torna imprescindível a contratação de pessoal com grandes habilidades relacionais? Existem muitos fatores que apontam para essa necessidade. De forma bastante objetiva vou abordar alguns deles, que entendo como fundamentais. O primeiro fator está relacionado à questão do aumento da demanda por bens de consumo em todo o planeta. A produção agrícola e a industrial precisam desenvolver novas maneiras de suprir a demanda. O segundo fator está na composição das famílias modernas, que já faz algum tempo vem reduzindo cada vez mais o número de filhos, sendo muito comum famílias com filho único ou sem filhos. A ausência de irmãos e, consequentemente, de primos, diminui a necessidade da convivência e das disputas que esta impõe, afetando o desenvolvimento de habilidades comportamentais na fase da infância.

PARADOXO

O terceiro fator, talvez o mais decisivo de todos, é a portabilidade da tecnologia que abriu um universo de possibilidades de entretenimento, diversão, aprendizagem e tudo o mais na palma da mão, o que acaba por restringir cada vez mais as relações reais e presenciais. As conexões atualmente são feitas de maneira virtual, o que impede o desenvolvimento das habilidades relacionais construídas no dia a dia, nas interações sociais presenciais. Paradoxalmente a tecnologia que nos apresenta a um universo de possibilidades é a mesma que restringe de forma considerável o nosso universo pessoal de relacionamentos. Somados esses elementos, muitos jovens com pouca empatia, baixa capacidade de comunicação, pouca inteligência emocional, sem resistências ás frustrações e sem saber dar vazão aos seus sentimentos, têm entrado no mercado, e precisam de lideranças firmes e empoderadas que consigam tirar de cada um deles o melhor humano que podem ser.

 

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