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Um corte mais fundo

Ao longo das últimas semanas saíram os dados de inflação, consumo, balanços das empresas, serviços e o resultado final foi pior do que o esperado. Exceto pela inflação, que continua encolhendo, o consumo não apresenta sinais claros de retomada, apenas uma tímida elevação, que pode acabar sendo temporária.

Com a liberação de recursos do FGTS e a opção por não aumentar impostos (não ainda, pelo menos) o ministério da fazenda espera uma aceleração no ritmo da economia brasileira durante o segundo trimestre de 2017. Mas para isso ainda falta algo mais… temos os juros reais mais elevados do mundo mesmo com seguidos cortes da taxa Selic, portanto para abril a taxa Selic deve ser cortada em um patamar que costuma ser o dobro do normal: 1%.

A taxa Selic Meta, principal referência do país para remuneração de investimentos e empréstimos, deve sair dos atuais 12,25% para 11,25%. Isso significa menor atratividade dos títulos de renda fixa, o que favorece o investimento em perfis mais agressivos e em economia real.

Com o corte, o Copom também espera ver alguma redução nas taxas de juros praticadas por bancos, as quais continuam em patamares absurdos. Mesmo diante das quedas constantes da Selic, as taxas de juros do mercado de crédito não parecem ceder. A culpa é da inadimplência (causada pelo desemprego) e da fragilidade econômica brasileira. Nem todo mundo está convencido de que o Brasil apresentará bons números para 2017 e 2018. O motivo, como muitos problemas no momento atual, é político.

Com a redução das exportações de carne e enfraquecimento da pecuária, também há em curso o enfraquecimento das obras públicas e tentativas de ajuste microeconômicos por parte do governo federal. Além disso, ainda temos a reforma da previdência que teima em não sair do papel e no entorno de todas as questões, a corrupção generalizada que tomou conta do país. TSE pedindo cassação da chapa Dilma-Temer, deputados e senadores morrendo de medo da Lava-Jato, Cunha condenado. No longo prazo está tudo caminhando na direção certa, o problema é o agora.

O investidor estrangeiro já mandou parte do seu dinheiro para cá, quer mandar o restante. Como diria Boris Casoy, para isso é preciso passar o Brasil a limpo. Existe uma tendência de fluxo de capital para nossa economia pelo viés de retomada econômica e apreciação cambial. No entanto, com a política como está, continua difícil criar coragem de investir aqui.

 

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