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Um químico maluco ou um comerciante da morte?

Sergio Mazurek Tebcherani

Doutor em Química pela UNESP

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O Prêmio Nobel é concedido anualmente para pessoas ou organizações que realizaram, pesquisaram ou descobriram algo relevante e benéfico à sociedade, tornando seus ganhadores celebridades notáveis.

Os primeiros Prêmios Nobel foram entregues em 10 de dezembro de 1901, no Conservatório Real de Estocolmo, na Suécia. A partir de 1902, quatro prêmios são entregues pelo Rei da Suécia e o Nobel da Paz é entregue em Oslo, na Noruega, todo o dia 10 de dezembro.

As cinco categorias dos prêmios Nobel são: Química, Física, Medicina, Paz e Literatura, no entanto, nem todas as categorias são contempladas todos os anos.

A premiação constitui de um diploma, uma medalha de ouro de 18 quilates e uma quantia, determinada pela Fundação Nobel, próxima a 1 milhão de dólares.

Porém, existe uma condição para receber o Prêmio Nobel. O laureado necessita proferir uma palestra aberta ao público no prazo de até seis meses após a aceitação do prêmio.

Alfred Bernhard Nobel, o criador do Prêmio Nobel, foi químico e industrial que dominava a tecnologia dos explosivos, naquela época.

Estudou em Estocolmo, na Suécia e também em São Petersburgo, na Rússia, onde seu pai, um engenheiro militar, instalou uma fábrica de nitroglicerina.

Químico aos 16 anos, dominava com fluência o inglês, o francês, o alemão e o russo, além do sueco.

Após realizar sua especialização em química na França, ficou trabalhando nos Estados Unidos durante um ano.

Retornou para trabalhar na fábrica de seu pai e ficou lá até 1859, quando foi decretada a falência dos negócios.

Mudou-se com a família para Helenborg, uma cidade próxima a Estocolmo, e instalou um laboratório para aperfeiçoar e fabricar explosivos à base de nitroglicerina líquida. Todavia, uma explosão destruiu todo o laboratório e várias pessoas morreram, entre elas, seu irmão mais novo.

Procurou novamente reabrir seus negócios, porém, já recebia o apelido de “cientista louco” e o Governo impedia essa reabertura.

Independentemente da liberação governamental, Nobel continuou suas pesquisas e conseguiu reduzir o risco do manuseio da nitroglicerina. Também inventou a dinamite e melhorou o detonador. Criou também a nitroglicerina gelatinizada.

Graças às suas criações, na década de 1870, Nobel era dono de várias indústrias de dinamite em diferentes países da Europa e nos Estados Unidos.

Com a invenção da balistite, uma pólvora, utilizada em muitos exércitos do mundo naquela época, tornou-se um empresário de sucesso que acumulava uma fortuna fantástica.

Em 1888, quando morreu Ludvig Nobel, irmão de Alfred Nobel, um jornal francês ilustrou erroneamente uma nota da morte de Ludvig, porém, com a foto do químico Alfred, denominando-o de “comerciante da morte”.

Solitário, sem filhos e abalado ao ver a utilização de seus inventos para fins bélicos, resolveu destinar parte de sua fortuna para ajudar as organizações pacifistas.

Deixou um testamento solicitando que 94% da sua fortuna fossem destinadas ao prêmio e indicou grupos de pessoas para escolherem os vencedores.

Alfred Nobel morreu em 10 de dezembro de 1896, depois de sofrer uma hemorragia cerebral. Sua família ficou impressionada com o que leu no testamento e chegou a contestar o documento.

Em nossos próximos artigos, relataremos um pouco mais sobre a vida e a obra dos primeiros premiados com Nobel.

 

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